Pés… todos os atletas têm, mas será que tratam deles?


Já todos ouvimos dizer que os pés são a nossa base de sustentação, que são uma parte muito importante para qualquer pessoa e mais ainda para um jogador de futebol. Mas será que todos os atletas e os seus treinadores valorizam o estado de saúde desta “peça”? Será que existe noção da importância que um pé saudável desempenha na performance desportiva? Vamos lá rever alguns conceitos e ficar a saber alguns dos motivos…

O pé é constituído por 26 ossos, dividindo-se em 3 regiões conhecidas de todos nós: tarso, metatarso e falanges. Na literatura científica é mais comummente dividido em retropé (astrágalo e calcâneo), médio pé (escafóide, cubóide e cuneiformes) e antepé (metatársicos e falanges).

pes1

Temos diversos músculos, tendões e fáscias (como podem ver na figura à esquerda) que permitem a mobilidade, força e equilíbrio necessários ao desempenho de qualquer tarefa que desejemos (com o devido treino claro).

Thomas Myers, autor do livro Anatomy Trains e co-autor do livro Fascial Release for Structural Balance, apresenta-nos os trilhos anatómicos, dentre os quais, para este artigo saliento a cadeia superficial posterior (imagem à direita).

pes2

De acordo com Myers (2014), esta cadeia inicia-se no pé (fascia plantar e curtos flexores dos dedos) e progride através do tendão de Aquiles para os gémeos, isquiotibiais, fascia sacrolombar e termina na região frontal, acima dos olhos (fascia epicraneal).

Todos nós, que jogamos por lazer, competição ou alta competição já sentimos dores em algum ponto desta cadeia, seja por termos feito um remate sem estarmos devidamente preparados (vulgo sem aquecimento), ou com um sprint para apanhar “aquela” bola, ou até mesmo sentirmos os pés “moídos” do sintético ou das chuteiras que já estão a precisar de umas novas.

Pois bem, esta cadeia justifica como uma dor lombar, ou na região posterior da coxa pode estar relacionada com contracturas nos gémeos, ou com rigidez e contracturas nos músculos intrínsecos do pé. Para definirmos isto teria de ser efectuada uma avaliação por um fisioterapeuta ou outro profissional competente para o efeito, no entanto, podem fazer a seguinte experiência em casa (ou no treino) e espantar-se com os resultados. Para a realizar só precisam de uma bola de ténis.

Descalços, de pé, tentar tocar com as mãos no chão mantendo os joelhos esticados. Analisem e fixem até onde chegaram. pes3aDepois, colocar no chão uma bola de ténis e com o pé (descalço) pisar a bola, fazendo pressão para esmagar a bola e ao mesmo tempo realizar automassagem no sentido longitudinal entre o calcanhar e os dedos. Ao encontrar pontos de maior tensão parar nesse/s ponto/s e realizar movimentos de flexão e extensão (levantar e baixar os dedos activamente), durante pelo menos 2 minutos. Este é um exercício para realizar devagar, como se quiséssemos que a bola fosse una com o nosso pé. No fim de realizar a massagem nos dois pés, repitam o teste (mãos ao chão), grande parte das pessoas notará que está mais perto de tocar nos pés.

 

 

Sem comentários

Deixar uma Resposta

O seu endereço de email não será publicado.

Anterior Treinador: Formação Diferenciada
Próximo Estrutura e objetivo(s): Componentes fundamentais na construção do exercício de treino