Quando se fala em especialização precoce, pretende-se, obviamente, afirmar que o treino acontece antes do tempo próprio, por isso, de uma forma prematura. Assim, quando falamos de treino precoce, referimo-nos a um treino prematuramente especializado e não a todo o processo de preparação desportiva iniciado em idades baixas, independentemente da orientação, dos conteúdos e da metodologia no treino.
Começar cedo numa preparação desportiva para uma determinada modalidade não significa, necessariamente, começar precocemente, pois a preocupação generalizada de iniciar a preparação mais cedo revela-se positiva, no sentido em que a preparação desportiva deve ser um processo permanente de muitos anos tendo sempre em conta as fases de desenvolvimento motor e cognitivo da criança/jovem.

Sucintamente e interpretando a pirâmide desportiva, na etapa de iniciação desportiva (aprox. entre os 7 e os 11 anos), a prática desportiva deve caracterizar-se por atividades variadas, multidesportivas, (modalidades individuais e coletivas), recorrendo a diferentes formas de exercício físico.
Na etapa de orientação desportiva (aprox. entre os 10-11 e os 13-14 anos), a prática desportiva já incide num número mais restrito de determinadas modalidades para as quais os jovens praticantes manifestam reconhecidas capacidades. Pode ser uma etapa entendida como uma pré-especialização, apresentada na forma de treino desportivo, entendido como meio indispensável para o acesso à participação nas competições estruturadas e mais exigentes. Considera-se, em perspetivas de desenvolvimento, a parte inicial e a mais importante da preparação desportiva numa qualquer modalidade.
Por fim, a especialização desportiva (aprox. entre os 15-16 e os 35-36 anos para a maioria das modalidades desportivas), constitui a última etapa do processo de formação desportiva. Os objetivos de rendimento da prestação desportiva superam os de formação e desenvolvimento. Nesta etapa, o treino desportivo é encarado como um processo especializado com foco na forma desportiva e na performance do jovem praticante na exigente competição.
Mesmo respeitando todas as, supramencionadas, etapas, existem vários casos de especialização precoce que podem ter origem nas seguintes causas:
Como consequências a esta especialização precoce, os jovens praticantes, não atingem os rendimentos esperados quando submetidos a etapas de elevadas prestações desportivas, diminuem o tempo de atividade desportiva de alto nível e podem, até, nem chegar a essas fases, esgotando prematuramente a sua capacidade de prestação, abandonando o treino e a carreira desportiva mais cedo.
Quais os fatores que determinam o abandono prematuro da prática desportiva?
Pois, nos tempos que correm, até podemos dizer que, a prática desportiva através de um videojogo poderá ser um dos fatores determinantes, contudo, eis os mais frequentes:
Em jeito de conclusão, o processo de formação desportiva pode durar cerca de 10 anos, sendo que, não vale a pena ter pressa em especializar precocemente tendo em vista um mais rápido rendimento desportivo, pois não se pode fazer um “campeão” de um praticante que chegou a adulto sem um desenvolvimento progressivo, variado e completo de todas as suas funções, estruturas e aptidões. À prática desportiva espera-se que estejam associados os seguintes pressupostos:
Referências Bibliográficas
Almeida, A. & Monteiro, J. (2001). Desporto – Blocos 1/2/3. Porto: Edições ASA.
Jaspers, A., Brink, M., Probst, S., Frencken, W., & Helsen, W. (2016). Relationships Between Training Load Indicators and Training. Sports Med , 16.
Lima, T. (1987), “Desenvolvimento Desportivo e Desporto para Jovens”, revista Horizonte 2 (9), pp. 21-25, Lisboa.
Marques, A. (1985), “A Carreira Desportiva de um Atleta de Fundo”, revista Horizonte, 2 (9), pp. 84-89, Lisboa.
Sobral, F. (1988), O Adolescente Atleta, Horizonte de Cultura Física, Lisboa
Windt, J., & Gabbett, T. J. (2016). How do training and competition workloads relate to injury? The workload-injury aetiology model. Br J Sports Med .
Professor / Treinador André Santiago
UM DOIS TREINO
Artigo muito bom explanação ampla do assunto!
Concordo em absoluto, mas a pressão social, a má formação de treinadores e idade biológico e os quadros competitivos sobrepõem-se de forma avassaladora. Um miudo mais baixo e mais leve com idade biológica mais atrasada é afastado pelos treinadores e dirigentes, os quadros competitivos não deixam formar o que interessa é ganhar, os treinadores e dirigentes só vêem a curto prazo e a pressão social e familiar obriga pressas de sucesso imediato.
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