É notório que as crianças estão a começar cada vez mais cedo a praticar futsal. Clubes e academias, estão mais abertos a receber crianças ainda de muito tenra idade, o que no meu entender não sendo uma garantia, é sem dúvida nenhuma, uma ajuda para que apareçam mais praticantes de qualidade no futuro.

É importante e desejável, que os pais quando decidem inscrever o seu filho no futsal, tentem entender qual terá de ser o seu papel na vida desportiva do seu filho e ao mesmo tempo tentar entender o contexto do futsal nessa idade especifica. Deve no meu entender, haver essa preparação, para que os pais possam corresponder ao que o filho espera e que vai necessitar, ter os pais próximos, a apoia-lo e encorajar para trabalhar, para aprender, para evoluir.

Naturalmente, que um praticante erra algumas vezes e numa idade baixa, porque a fase é de primeiros contactos com a modalidade e de aprendizagem, os erros aconteçam com mais frequência.

É necessário ter a consciência, que muitas vezes o impacto do erro na criança será muito grande, porque há um constante desejo de querer fazer tudo bem, e quando não o conseguir pode sentir que não é capaz, que comprometeu a sua equipa e/ou até que desiludiu os seus pais. Comportamentos como choro, como o silêncio podem acontecer e nestes momentos os pais podem e devem ajudar.

Não é dizer ao filho que agiu bem, porque ele sabe que falhou, é antes encoraja-lo para continuar, fazendo-lhe ver que haverá outra oportunidades para ele demonstrar que é capaz.

Defendo pais de tipo “encorajador”, e nunca pais que lamentem e que estejam constantemente a “bater” nos erros cometidos pelo filho. Muitas vezes, tal é a frustração que sentem pelo erro do filho que se esquecem de dar importância à evolução nem que seja ela mínima, porque se ela acontece o caminho está a ser correcto.

Importante é também, que os pais tenham a noção das qualidades e das debilidades técnicas do seu filho, tendo a coragem de assumir que pode haver crianças da mesma idade ou até mais novas com maior habilidade. Árbitros, colegas, adversários, treinadores e até adeptos, não têm qualquer culpa de haver crianças com mais habilidade que o seu filho. Inscrever um filho numa atividade é acreditar também que o seu filho está a aprender e vai evoluir com treino e com tempo.

Como já referi, as crianças querem acertar sempre, querem ser sempre bem sucedidas, querem mostrar o que aprenderam, querem mostrar que são “boas”, querem fazer o melhor, atingir as vitórias e muitas vezes querem agradar os pais para depois sentir o carinho e o apoio dos mesmos.

Repito, os pais tem que em todos os momentos encorajar o seu filho a trabalhar para melhorar, mostrando sempre que é possível melhorar e fazer sempre melhor, esse é, no meu entender, o caminho.

Os pais precisam também de ter a noção do papel do treinador, uma pessoa que entra nesta fase na vida do seu filho. Não quer isto dizer que os pais se afastem, bem pelo contrário, os pais devem ser uma figura presente, devem tentar sempre que possível e/ou necessário dialogar com o treinador, mostrando total confiança no seu trabalho e até tentar perceber de que forma deve encarar a vida desportiva do seu filho, por exemplo, entender a importância que é dada à vitória, entender que deve haver tolerância com o erro, entender que são sempre importantes as pequenas demonstrações de evolução que o seu filho vai mostrando, etc., e depois perceber onde pode ajudar ambos, o seu filho e o treinador.

Devem os pais também, ter atenção à sua conduta na bancada. Quer para com o seu filho, quer para com um outro elemento qualquer.

É verdade, que um simples abanar de cabeça após uma acção menos conseguida do seu filho durante o jogo, pode deitar abaixo o seu filho, sim porque acontece muitas vezes as crianças olharem para a reacção do pai na bancada, e era ideal que logo aqui pudessem receber um gesto de incentivo e nunca de desilusão, de critica.

Devem ter igualmente em atenção, que qualquer comportamento através de injurias, agressões etc., para com adversários, árbitros, adeptos, além do mau ambiente que cria no pavilhão, vai deixar o seu filho embaraçado, podendo ver o seu filho optar por desistir do futsal ou até assumir o comportamento do pai e fazer igual.

É por tudo isto importante que os pais pensem, se informem, porque sai beneficiado o jogo, a modalidade mas acima de tudo o seu filho. Os pais não podem querer usar o seu filho como um meio de se afirmarem, o seu filho tem as habilidades que tem, pode desenvolve-las com maior ou menor dificuldade pode ter colegas com mais habilidade, mas nada disso impede a criança de ter o direito de praticar futsal, de aprender e de ter o apoio dos pais.

Os pais, têm que ser antes de tudo amigos presentes, sempre que possível, aquele que encoraja e valorizar o seu filho quando o vê a trabalhar para se superar, quando vê o seu fllho dedicar-se para ser amanhã melhor que hoje e quando vê o seu filho assumir uma postura de desportista mantendo um relação saudavel com árbitros, colegas, treinadores e adversários.

Não poder estar presente fisicamente na bancada em todos os momentos, como seria ideal, não significa que não possa manter conversas com o filho até com o objetivo de perceber como está o seu filho a viver o desporto e encoraja-lo a trabalhar sempre mais.

Acreditem todos os pais, que vale a pena, para não dizer que devia ser obrigatório, deixar muitas outras coisas para trás para poder acompanhar de perto a vida desportiva do seu filho, seguindo sempre comportamentos adequados, relembro de encorajamento, e nunca de super protecção ou de critica excessiva…

Todos sabem que são capazes e todos querem ajudar… eu sei disso!

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