Qual a maior riqueza de um Povo?

– Eu digo, as suas Raízes, a sua Cultura, História e União.

Qual a maior riqueza do Futebol como Desporto?

– Eu digo, a sua História, a cultura do jogo, o processo formativo no desenvolvimento futebolístico.

Todas estas riquezas de um Povo e do Futebol como Desporto determinam a CULTURA DESPORTIVA como valores socialmente adquiridos e transmitidos de geração em geração, numa sociedade cada vez mais pobre de valores e princípios em que no desporto vale ganhar a qualquer custo.

Segundo a Carta Internacional da Educação Física, da Atividade Física e do Desporto da UNESCO

Reconheceque a diversidade cultural da educação física, da atividade física e do Desporto pertence ao patrimônio imaterial da humanidade e inclui o jogo físico, a recreação, a dança, assim como os desportos e jogos organizados, informais, competitivos, tradicionais e indígenas”,

Ressaltandoque a oferta da educação física, da atividade física e do Desporto de qualidade é essencial para a plena realização do seu potencial na promoção de valores como o jogo limpo (fair play), a igualdade, a integridade, a excelência, o compromisso, a coragem, o trabalho em equipa, o respeito pelas regras e leis, a lealdade, o respeito por si próprio e pelos demais participantes, o espírito de comunidade e solidariedade, bem como a diversão e a alegria”,

Insistindoque a educação física, a atividade física e o Desporto devem procurar promover uma maior comunhão entre as pessoas, a solidariedade, o respeito mútuo e o entendimento, assim como o respeito total pela integridade e pela dignidade dos seres humanos”,

Sublinhando “também que as primeiras experiências de jogo com os pais e educadores, assim como uma educação física de qualidade, são vias essenciais para as crianças adquirirem as habilidades, as atitudes, os valores, os conhecimentos, a compreensão e a apreciação, todos aspetos necessários para a participação ao longo da vida na atividade física, no desporto e na sociedade em geral

“Precisamente 3 anos depois, voltei a sentar-me no banco, e como tudo foi tão diferente desde o inicio do dia, mas especialmente o final, o desporto tem destas coisas, grandes emoções, mas também frustrações!”

Muitas vezes o nosso trabalho, os problemas pessoais e familiares, sobrecarregam-nos num estado de stress, etc., fazendo-nos reagir de certas formas pelas quais nos podemos vir a arrepender mais tarde.

Os nossos filhos são autênticas “esponjas” que absorvem o bem e o mal, e é por isso que devemos dar um passo em frente e podermos mostrar que somos a figura que esperam de nós, os ídolos dos nossos próprios filhos.

Em qualquer cidade, vila ou aldeia deste belo país cada vez mais turístico em que vivemos, num qualquer fim de semana do ano onde o sol brilha de forma especial e nos convida a deslocar a um qualquer campo de jogos onde milhares de crianças praticam o seu desporto favorito tentando imitar os seus ídolos atuais.

Atrás deles estamos sempre nós os Pais que participam nessas emoções semanais, quer nos bons momentos quer nos maus, quer faça frio, calor ou chuva, quando os nossos filhos vão jogar. Somos nós os principais espectadores, animadores e incentivadores e somos verdadeiros apaixonados pelos momentos do jogo; somos aqueles que sempre apoiam quando surgem os problemas . . . em suma, aqueles que estão fielmente ao seu lado com o objetivo de aproveitar e desenvolver boas práticas, princípios e valores através deste magnifico desporto, que precisa de incutir através do futebol de base nos atuais jovens e futuros Homens e Mulheres de amanhã os pilares para a criação de uma cultura desportiva em Portugal.

Como devemos agir para que os nossos filhos obtenham os inúmeros benefícios da prática desportiva?

A primeira coisa que temos a fazer é garantir que a prática desportiva dos nossos filhos seja de qualidade se possível de excelência. Não pensem que ao inscrevê-lo num clube e jogar futebol, o seu filho auto beneficiará da modalidade por si só. Temos de verificar previamente a filosofia de formação existente no clube, dos seus dirigentes e formadores, quais os objetivos de trabalho e metodológicos, a atitude pedagógica do treinador. Se não considerarmos tudo isso como pais, os efeitos do desporto no nosso filho podem se tornar bastantes devastadores e prejudiciais.

Nós somos responsáveis pelas escolhas que fazemos e, se não damos a devida importância a esta avaliação antes de elegermos um clube ou uma escola de futebol, podemos pagar as consequências mais tarde. Muitos problemas podem ser resolvidos e evitados se tivermos cuidado ao eleger o clube para a prática desportiva dos nossos filhos.

Em segundo lugar, mostrar interesse no desporto que praticam. Deixe-os saber que você está lá, ao seu lado. Se você não pode estar presente fisicamente com ele, mostre-lhe que está interessado no seu desporto. Pergunte-lhe sobre as suas experiências, esteja atento e interessado na sua evolução, preocupe-se em saber se ele se diverte e não se preocupe apenas e somente com o resultado.

Se possível colabore com a entidade em tudo o que lhe seja solicitado dentro das suas possibilidades e capacidades, em muitos casos, para levar seu filho aos jogos e treinos, participar nas reuniões previstas e colocar em prática tudo o que seja benéfico para ele e possa solicitar e transmitir à equipa responsável pela sua formação desportiva. Desta forma, o envolvimento será global nunca esquecendo de respeitar o papel e o espaço de cada interveniente. O objetivo é ajudar e não atrapalhar o processo formativo do seu filho.

Finalmente, devemos avaliar a atividade desportiva dos nossos filhos, não só o seu desempenho, como os resultados, mas também os benefícios que ele pode obter: exercitar, ocupar o seu tempo livre, formar-se como pessoa, aprender a ser tolerante e solidário, aprender a trabalhar em equipa, etc. Tudo isso é o mais importante do que o resultado do jogo. E sempre devemos ser conscientes das suas capacidades e ter isso muito claro se realmente queremos ajudar os nossos filhos.

O ambiente desportivo entre Dirigentes, Treinadores, Pais e Atletas tem de ser saudável e de respeito pela funções e responsabilidades de cada um, com comportamentos éticos e desportivos de todos em torno da equipa. Os responsáveis diretivos dos clubes, os seus coordenadores desportivos e treinadores devem procurar fornecer os meios necessários para o desenvolvimento dos atletas durante todos os treinos. Finalmente, os pais determinam em grande parte o meio ambiente com sua atitude e colaboração.

A fim de favorecer um bom ambiente no desporto dos seus filhos, os pais podem fazer muitas coisas, a começar por ter comportamentos desportivos e éticos positivos.

É recomendável que as crianças/jovens sejam informadas exatamente como é o clube onde eles vão jogar e o que encontrarão, para que possam aceitar a responsabilidade de praticar este desporto coletivo, em que terá que cumprir algumas obrigações, deverá ser enquadrado no escalão correto e com metodologias de treino adequadas às várias etapas do processo formativo, ter atenção à componente física esteja adequada à idade ao desenvolvimento motor, preste atenção ao treinador e aos treinos, respeite o treinador e os colegas de equipa do seu filho e dos adversários.

É aconselhável que os pais envolvam os seus filhos na decisão de escolher o desporto que eles pretendem praticar. Esta não é uma decisão porque o pai foi jogador de futebol ou mãe ginasta, ou que desejava ser e que o seu sonho é que seu filho(a) alcance o que ele(a) não conseguiu alcançar.

Encaminhá-lo para um clube sem pedir a sua opinião não é o mais recomendado porque quase parece ser forçado a jogar onde poderá não se sentir bem. Tenho que esclarecer que a maioria das decisões são tomadas pelos pais, porque a criança/jovem não tem a visão de um adulto, mas a criança/jovem deve estar envolvida nessa decisão para que ele adote responsabilidade pessoal e compromisso, ao estar implicado na decisão envolve-o a fazer as coisas com mais entrega e entusiasmo.

Os pais devem ajudar a criança/jovem que decidiu praticar desporto esclarecendo-o que, efetivamente, a prática do futebol lhe dará muitas satisfações como novos amigos, prepará-los para viverem momentos muito intensos, seja na alegria da vitória, na desilusão da derrota ou da não convocação para os jogos, mas acima de tudo serem o seu suporte para que tudo funcione bem, mas isso também leva a que todos (Pais e Filhos) cumpram com algumas obrigações: respeitar as decisões do treinador, mesmo que não estejam de acordo, conciliar a prática desportiva com os estudos escolares, abdicar de certas atividades para poder dedicar-se ao desporto e ter tempo necessário para os estudos, participar assiduamente e com regularidade aos treinos perante o compromisso que assumiu, apoiar e motivar sempre na procura da superação individual e coletiva.

Nós, pais, temos que orientar nossos filhos e ajudá-los a entender isso para que possam realmente crescer como atleta de uma forma individual, mas sempre integrado no coletivo pois o futebol é um jogo de equipa.

Os Pais devem ser um modelo a seguir para os seus filhos. As crianças/jovens imitam-nos em tudo. Não só no que dizemos, mas no que fazemos. Daí a grande responsabilidade que temos sempre dando uma boa imagem e postura aos nossos filhos.

 Assim como qualquer um de nós se comporta como pai ou mãe, é assim que o nosso filho se comportará. Se lhes dermos um bom exemplo em todos os momentos, ele será um reflexo de nós e isso irá beneficiar o meio ambiente da equipa/do clube. Se dermos um mau exemplo ou um comportamento incorreto, o desempenho do nosso filho enquanto atleta será negativo e prejudicará a atmosfera da equipa ou do clube.

Promova o desportivismo e a ética desportiva. Se queremos que os nossos filhos se concentrem realmente no desporto, tenham um bom relacionamento com os seus colegas de equipa e com os jogadores da equipe adversária, devemos incentivar o desportivismo em todos os momentos, dando-lhe a importância que tem.

Todos nós, como pai ou mãe, o nosso exemplo e os conselhos podem influenciar os nossos filhos a serem respeitadores e a serem respeitados, aprender a aceitar a derrota ou a vitória naturalmente. Lembre-se de que você tem uma forte influência sobre o seu filho e, sem o seu apoio, é mais difícil obtê-lo.

Ensine-o a cuidar da roupa do treino/jogo e a preparar a mala do equipamento desportivo. Assim como em casa, deve arrumar o quarto, o bom atleta deve cuidar do equipamento desportivo e a sua preparação para um treino ou jogo. Desta forma, ele entenderá que deve respeitar o que o rodeia, tal como também deve respeitar e manter as instalações desportivas onde venha a fazer a prática desportiva.

Talvez, o conselho que desejamos enfatizar mais é o de não impor qualquer pressão sobre ele na sua prática desportiva. Dependendo da idade, o futebol já tem um grau de exigência para com os atletas. Combinar estudos e desporto sem baixar o nível dos estudos pela prática desportiva, ganhar posição na equipa, dar cem por cento em cada jogo sem baixar a guarda, e conseguir superar-se etc.

Muitas vezes os pais aumentam a pressão dos meninos com seus comentários: “se vocês não ganharem o campeonato, o clube irá dispensar-vos a todos”, “a ver se hoje marcas pelo menos dois golos”, “hoje não jogaram nada “, “tu devias ser titular o outro não joga nada”, etc

Muitas vezes, essa pressão complementar é exercida com boa intenção porque pensamos que pode ajudá-lo a “colocar o seu foco no objetivo da superação”. Por vezes até conseguimos passar essa mensagem, mas devemos tentar não entrar no trabalho do treinador e devemos avaliar o que pode ter o efeito oposto, pois um excesso de pressão resulta em um bloqueio do atleta que se apercebe que não pode alcançar o que é necessário ou exigido.

O nosso comportamento como pai/mãe, os comentários que se fazem antes ou depois do jogo, a exigência que lhe passa, são aspetos que determinarão a pressão que o seu filho sofre na sua atividade desportiva. Não imponha mais pressão do que o próprio desporto exige.

Isso fará com que o seu filho veja que você é um pai que o ama, não por causa dos resultados obtidos, mas por causa do esforço que faz a cada semana. Não nos podemos esquecer que somos os principais responsáveis pela educação dos novos filhos, incutindo-lhes valores, princípios e querendo sempre o melhor para eles.

Somos nós como adultos que determinamos a fase da iniciação desportiva dos nossos filhos e tomamos a opção de onde a vai fazer neste caso o futebol que quase sempre a escolha recai pelo clube da terra ou alguma escola/academia/geração de futebol mais próxima do local de residência, mas após o verão quente de 2017 no arranque de uma época desportiva que fica marcada pela polémica “REGIME DE TRANSFERÊNCIAS” NOS ESCALÕES DE FUTEBOL E FUTSAL DE FORMAÇÃO, regional/distrital mas acima de tudo amador onde são os pais a suportar maioritariamente todos os custos desde a mensalidade (a qual não está sujeita a imposto nem tem benefícios fiscais em sede de IRS como uma despesa de educação), onde somos nós maioritariamente a fazer o transporte dos atletas para os jogos, caso para dizer que “SEM OS PAIS NÃO HAVERIA FUTEBOL DE FORMAÇÃO” e muitos dos atuais clubes teriam a sua existência e continuidade em causa.

Mas será desta que as entidades e a família do futebol estão a olhar para o verdadeiro Futebol de Formação, e a preparar todas as mudanças necessárias e exigidas para a existência de uma regulamentação mais que exigida pelos valores da educação desportiva e uma cultura desportiva que tem de ser criada a começar pela base, estejamos todos atentos pois mais novidades estão a ser preparadas para a próxima época desportiva 2018/2019, a começar pelo: RECENSEAMENTO DE CLUBES OU ESCOLAS DE FUTEBOL E OUTRAS ENTIDADES COMO CBFF’S entre os próximos dias 1 de março e 31 de maio de 2018, a FPF vai implementar o processo de recenseamento das Escolas de Futebol e dos Centros Básicos de Formação de Futebol.

Será este recenseamento que virá permitir aos pais ter o conhecimento necessário à avaliação, e á capacidade e estrutura do clube na escolha do mesmo para a prática desportiva dos seus filhos e que condições oferecem?! A validação das direções técnicas e a obrigatoriedade do cumprimento de outras regras é uma questão de imagem?!

Eu sou pela questão da regulamentação e organização por mais pequeno que seja o clube, por favor não transformem o futebol de formação em mais uma extensão do que é hoje o futebol sénior profissional, não se esqueçam estamos a falar de futebol de formação e amador no qual se insere no Artigo 79.º (Cultura Física e Desporto) da Constituição da República Portuguesa

– Todos têm direito à cultura física e ao desporto.

– Incumbe ao Estado, em colaboração com as escolas e as associações e coletividades desportivas, promover, estimular, orientar e apoiar a prática e a difusão da cultura física e do desporto, bem como prevenir a violência no desporto.

Que o verão de 2018 seja bem mais esclarecedor para quem vai iniciar a pratica desportiva no futebol ou queira transitar na nova época de 2018/2019 para um novo clube, escola de futebol, estejamos atentos Pais pois só faltam quatro meses para acabar esta época desportiva e é uma questão de planeamento, sustentabilidade do futebol organizado em Portugal, é o que esperamos todos nós!

O Futebol é uma cultura para todos Nós, de preferência com cultura desportiva!

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