A Nutrição de um Jovem Futebolista


Assim que nos vem à ideia fazer desporto pensamos sempre de que forma podemos aumentar o rendimento durante essa prática.

De todas as estratégias que podemos utilizar a nutrição desportiva é uma das disciplinas bastante exploradas em várias modalidades.

É senso comum pensarmos em alimentos que possam aumentar os níveis de energia, aumentando assim também a performance.

Falando de Macronutrientes, os Hidratos de Carbono são associados ao fornecimento de energia, enquanto as gorduras e as proteínas de forma muito simplista estão associadas à reserva energética e às funções estruturais do organismo.

A forma superficial que por vezes a alimentação é vista vem sobretudo do facto das ciências da nutrição serem demasiado recentes com alguns dogmas instalados que aos poucos vão sendo refutados.

Os fracos conhecimentos de Bioquímica, Fisiologia e Biologia na época em que algumas destas leis gerais foram desenvolvidas também contribuem para isso.

O Futebol Amador e Profissional (em alguns Clubes), não dão a importância à Nutrição como dá por exemplo, o Atletismo, MMA, Ténis ou as modalidades colectivas nos EUA.

Na minha opinião existem duas razões principais para isso.

A primeira, existem poucos Nutricionistas especializados no Rendimento Desportivo de Alta Competição.

A Segunda razão, será que na observação imediata do rendimento de um jogador de futebol, sem qualquer tipo de acompanhamento nutricional, uma alimentação relativamente desequilibrada não afecta de forma demasiado evidente o rendimento do praticante (não falando de indivíduos Endomorfos – com uma tendência muito acentuada para engordar).

Num jovem, tendencialmente magro esse cenário é ainda mais evidente.

Comer pão, massas, bolos, chocolates, beber sumos e leites com cacau e açúcar são por vezes usados como estratégia para melhorar o desempenho.

Além disso, situações como dores de cabeça ou enxaqueca, prostração, hiperatividade, défice de atenção, urticária, alergias e problemas respiratórios na maioria das vezes são vistos como obra do acaso e sem associação causa/efeito a estímulos alimentares.

Uma premissa básica na natureza é que em condições normais, todos nós num ambiente ótimo (com amamentação materna durante 6 meses no mínimo, condições adequadas a nível emocional, descanso e padrões de sono, nutrição e actividade física) somos à partida saudáveis.

Não é normal estar dependente de medicação.

Durante anos da minha infância e juventude apesar de fazer desporto de competição, estava limitado por 2 a 3 crises de enxaqueca com aura mensais e problemas respiratórios que segundo os médicos que me acompanhavam teriam origem genética ou simplesmente sem causa conhecida e que deveriam ser acompanhadas de medicação em fazes agudas para controlar esta sintomatologia.

Anos mais tarde descobri que a remoção do trigo e de laticínios na minha dieta regular reduziam as minhas enxaquecas para 2 crises semestrais e a minha sinusite ao ponto de não me lembrar a última vez que isso me afectou.

Dietas “limpas” com boas fontes de Hidratos de Carbono, Proteínas e Gorduras são usadas à alguns anos por Tenistas de alto rendimento, Lutadores de MMA, atletas de CrossFit, entre outros. E é comum em alguns destes desportos, principalmente os que por terem uma componente de Força na sua prática, colhendo os efeitos Hormonais e Regeneradores do mesmo, se mantêm em perfeitas condições atléticas até aos 40 anos, com resultados desportivos ao nível dos melhores. Por tudo isso mais do que falar apenas de rendimento desportivo imediato num jovem futebolista (que me parece extremamente redutor), vale a pena começarmos a pensar de forma individualizada em saúde, vitalidade e qualidade na alimentação.

Um Jogador em melhores condições físicas e Nutricionais, pensa durante mais tempo, recupera melhor do esforço e lesiona-se menos.

Se quisermos juntar à discussão temas como a Epigenética e Programação Metabólica sabemos também hoje que um Jovem com uma boa alimentação será sem dúvida um adulto mais saudável.

Nem todos os praticantes de futebol um dia serão profissionais, mas todos, um dia serão adultos.

1 Comentário

  1. António Lopes
    31 Outubro, 2019
    Responder

    Bom, mas poderia aprofundar melhor o assunto, é um pouco superficial

Deixar uma Resposta

O seu endereço de email não será publicado.

Anterior Motivação e Formação no Desporto: As seis razões do insucesso escolar (3/6)
Próximo Porque trabalhar as capacidades físicas condicionais e coordenativas no futebol de formação?