A TECNOLOGIA NA INFÂNCIA. SIM OU NÃO?


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Um dado levantado pela CommonSense aponta que 30% das crianças norte-americanas utilizam um aparelho móvel pela primeira vez antes de completar 2 anos. Essa realidade mostra que os pequenos estão-se a conectar cada vez mais cedo e que essa é uma tendência que não será revertida tão cedo, pelo contrário.

Será que essa inserção tão precoce no mundo da tecnologia é benéfica?

Hoje as crianças passam muito tempo diante de telas, e deixam simplesmente de se dedicar a atividades importantes como o desporto, atividades culturais, ou simplesmente brincar e ter conversas em família. Este “super-uso” deve ser analisado.

As crianças que usam em demasia objetos eletrónicos têm tendência a desenvolver problemas físicos e emocionais tais como: dores musculares, má postura, dores de cabeça, alteração visual e problemas do sono. Podem ainda surgir sintomas de ansiedade, irritabilidade e isolamento.

Quando se substitui o concreto pelo virtual, a etapa de simbolização que possibilita o desenvolvimento emocional da criança é extinto. Brincar, imaginar, fantasiar são atividades essenciais a esse desenvolvimento. Assim como o desenvolvimento de experiências sinestésicas, que são decorrentes do contacto da criança com o mundo real. Podendo ir até mais longe e falar-se em défices de vitamina D.

O outro lado da moeda: O papel da tecnologia na aprendizagem

Nem tudo é negativo, as novas tecnologias não trazem apenas aspetos negativos ao desenvolvimento da criança. As crianças que apresentam maior contato com computadores tendem em ser mais inteligentes na habilidade escrita, em alguns campos do desenvolvimento linguístico.

Quando a tecnologia é usada de forma correta, estudos revelam que trás benefícios à criança a longo prazo, podendo ser uma ótima ponte entre a escola e a casa. A tecnologia aplicada com eficácia, utilizando os aplicativos corretos, favorecem o raciocino matemático, o relacionamento e mantém o foco.

A recomendação dada por pediatras é a de até duas horas de uso por dia destes aparelhos, sendo o bom senso dos pais fundamental, devendo ser este período intercalado com outras atividades.

Dicas essenciais

Existem alguns tópicos, desenvolvidos pela Academia Norte Americana de Pediatria, que não podemos deixar de referir a Pais e Educadores:

Ser o pai modelo |  As regras que se aplicam em ambientes virtuais devem ser as mesmas que adotam em ambientes reais, as crianças aprendem por imitação. Brinque com o seu filho, dê alternativas ao uso das novas tecnologias, controlando o seu próprio uso dos aparelhos eletrónicos.

Nós aprendemos com os outros | Conversar para uma criança é fundamental para o seu desenvolvimento linguístico, assistir a vídeos não promove esse desenvolvimento da fala, dos princípios das relações interpessoais e da formação da personalidade em sociedade.

O conteúdo é importante | Já que o uso das tecnologias é inevitável, e que poderá ser benéfico em parte, em vez de apenas cronometrar o tempo de uso, controle a qualidade dos conteúdos a que este tem acesso.

Crie zonas livres de tecnologia | Dê privilégio a tempos sem tecnologias por perto. Preserve o tempo das refeições como zona neutra, carregue os aparelhos fora do quarto das crianças, evite o uso de tecnologias antes da hora de dormir. Assim desenvolverá hábitos saudáveis por exemplo de alimentação e sono.

Se quer optar por oferecer um tablet ao seu filho no Natal, não está a proceder de forma erronia, apenas esteja consciente do controlo que irá ter que ter para este se tornar algo positivo para a criança e não em algo negativo para o seu desenvolvimento.

Por Marta Castelão

Licenciada em Ciências da Educação, mestre em Educação Intercultural, pela Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Lisboa.

FONTE: Associação para o Desenvolvimento do Desporto Jovem (ADDJ)

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Todos os créditos são da ADDJ, à qual a equipa do FDF agradece publicamente a autorização concedida para a partilha do artigo no site e redes sociais do Futebol de Formação.

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