“Para aprender a jogar futebol, tens que ter coragem.” – Pep Guardiola

Formar em vez de formatar. Frase que resume todo o principio, metodologia e objectivo daquilo que deve ser o futebol de formação. Para uma formação completa, o atleta, assim como toda a equipa deverá conhecer o sabor da vitória, mas também o da derrota; deverá conhecer a sensação de ser o melhor em campo, mas também o de cometer erros técnicos em campo; deverá conhecer momentos em que passarão por dificuldades, mas também o sucesso da vitória no culminar da época. É certo que todos queremos ganhar e ninguém quer perder, mas acima disso tudo, devemos todos aprender, melhorar e atingir. Se assim for o sucesso virá.

Fará sentido perguntar, sábado após sábado, que resultado o filho teve? Por quantos ganhou? Quantos golos marcou? Ou fará mais sentido, perguntar como correu o treino, como acha que está a sua evolução, se sente mais confiança ou se está feliz com o grupo e treinador? Certamente será a segunda opção. Fará sentido incidir a análise de um jogador em contexto pré competição nos seus golos e passes falhados, baseados num jogo, ou, por outro lado, a quantidade de vezes que procurou ter a bola, que tentou executar as acções e a forma como não desanimou e persistiu por cima do seu erro? A segunda opção novamente.

Formar jovens atletas é, ao nível do treino, dar-lhes as bases de execução daquilo que o jogo lhes pede. É dar-lhes as directrizes sobre o que fazer, quando o fazer e como fazer. No entanto, é sobretudo, ao nível mental (ou motivacional) dar-lhes a liberdade de experimentarem, de assumirem e de insistirem. De explicar que após o erro vem o sucesso, se sobre o erro trabalharmos. Como tudo na vida.

“Jogar futebol é muito fácil, mas jogar um futebol fácil é a coisa mais difícil que há.” – Johan Cruyff

 É importante ganhar o jogo de hoje, mas mais importante será ganhar os jogos que vêm no futuro; para os ganhar, é necessário aprender, executar, errar e melhorar sustentadamente. É importante fazer uma boa exibição hoje, mas mais importante será fazer boas exibições no futuro, em escalões seguintes, onde a exigência será maior. Esta forma de estar e lidar com o futebol de formação, recordando que os principais intervenientes são pessoas em franca maturação física, mental e técnica, exige sensibilidade, maturidade e equilíbrio emocional a quem com eles trabalha e se relaciona, desde treinadores, equipas técnicas, dirigentes e, claro, pais e familiares.

 

1 Comentário

  1. António Lavado
    16 Agosto, 2019
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    Bruno, o que escreve é interessante mas é pena não pôr no artigo a referencia dos trabalhos dos autores que cita e em que e apoia para escrever o artigo.

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