Quando se fala em futebol de formação é frequente lermos artigos de opinião a referenciar os comportamentos e responsabilidades dos pais, treinadores e dirigentes, mas raramente se escrevem artigos sobre outros intervenientes: os simpatizantes.

Este pequeno texto pretende abordar, desta forma, a minha visão sobre a presença dos simpatizantes num jogo de formação.

Este pequeno grupo, como é do conhecimento geral, é constituído por familiares e amigos dos atletas e do clube e alguns curiosos. É desta fração que, por vezes, surgem alguns focos de conflito.

Os simpatizantes em geral não vivenciam as mesmas experiências nem têm o mesmo acompanhamento na formação como têm os pais dos formandos. Isto é, não frequentam as reuniões do grupo; não partilham os momentos bons ou menos bons dos formandos; não vão ver com regularidade os treinos; não se levantam cedo para acompanhar os filhos; não procuram ler nem se inteirar sobre a formação desportiva, as éticas, os comportamentos e outros temas que são do interesse parental; por isso, não têm a mesma sensibilidade necessária para a manutenção de um ambiente saudável.

Essa lacuna provoca, por vezes, situações periclitantes que podem insurgir em conflitos graves: confronto a árbitros e a equipas adversárias; vulgarização dos próprios intervenientes (reforça-se que na maioria dos casos são crianças que têm a noção do que se passa fora do campo) incluindo a equipa que supostamente seria a simpatizante. Será por conflitos de personalidade? Será por quezilas que nada têm a ver com o futebol? Será apenas uma forma de dizer “eu estou aqui e não tenho medo”?

Independentemente do motivo, essas atitudes impróprias e inadequadas vão ajudar a denegrir a imagem dos pais enquanto acompanhantes dos formandos, já que, na maioria dos casos, se deixam influenciar pelo entusiasmo exagerado, esquecendo-se do seu papel de educador, originando um caos (palavras mal intencionadas, gritos…).

Contudo, os simpatizantes também têm o lado positivo na formação: partilham os sucessos, rejubilando e apregoando todas as vitórias, e ajudam, desta forma, o clube a crescer. São sem dúvida fortes empreendedores para que a formação se mantenha viva. Por isso, são sempre bem-vindos desde que sejam prudentes, respeitadores, participantes passivos e, acima de tudo, que não passem as suas emoções agressivo-exageradas para o espetáculo…

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