A composição corporal dos futebolistas é diferente comparativamente aos não futebolistas e dentro dos futebolistas a composição corporal também varia de acordo com a posição em campo. Neste sentido e por se reconhecer que o alto IMC e a reduzida %MG representam um perfil padrão de risco de lesão em jovens futebolistas, surge a pertinência da análise séria desta questão.

O futebol de formação, quer queiramos quer não, exige, cada vez mais, resultados desportivos e quanto mais abrangente for a monitorização dos fatores inerentes, mais perto se tornará o percurso até esses mesmos resultados. Muito se tem falado acerca da dissociação da prática do exercício físico no futebol com a saúde dos praticantes, certo é que as lesões são recorrentes e a preocupação da avaliação da composição corporal sistemática e rotineira ao longo da época é vista como um suporte ao desempenho e à promoção de saúde dos praticantes.

As lesões no futebol representam um entrave nos resultados dos jogos, sendo diretamente proporcional ao aumento dos golos. Destacando-se entre as lesões mais frequentes, as lesões musculares, nomeadamente as contusões.

Associando as lesões musculares no futebol com o treino, sugere-se que, uma melhor compreensão de como as cargas de treino se relacionam com as lesões podem auxiliar no tratamento dos lesionados.

A Composição Corporal, representa, por sua vez, uma associação direta ao rendimento do jovem futebolista, havendo cada vez mais preocupação no perfil padrão ideal de composição corporal dos praticantes, associando-se aos clubes diversos agentes “externos” com vista, por exemplo, ao controlo alimentar adaptado ao exercício de alto rendimento.

Relacionando a composição corporal, as lesões e o treino, será pertinente perceber que as diferenças na simetria muscular são precursoras de lesões e na recuperação das lesões, a avaliação permanente da composição corporal indicia a fase de recuperação e pode estimar o tempo da própria recuperação. Com o treino ao longo da época desportiva verifica-se que, é no último terço da época que, os futebolistas aumentam e diminuem a %MM e a %MG, respetivamente, de uma forma significativa, podendo estar relacionado com o maior número de lesões ocorridas nesta fase da época desportiva, ou seja, as lesões musculares podem estar relacionadas com a composição corporal dos futebolistas e/ou com o tipo de treino relacionado, sendo que, a composição corporal, por si só, pode estar relacionada com o tipo de treino realizado e o tipo de treino realizado pode estar relacionado com as lesões ocorridas e/ou com a composição corporal dos futebolistas.

Na análise de jogo, a importância do registo dos golos, da % de posse de bola, dos remates enquadrados, das substituições, etc., é, naturalmente, importante para a evolução performativa da equipa e dos praticantes, contudo, o registo das lesões, o tipo, o momento de jogo (minuto) e a forma como ocorreu, aliado à posição em campo, à idade, ao estilo de vida e à composição corporal, permitiria uma analise mais direcionada ao bem-estar do praticante e eventual minimização de lesões musculares não traumáticas.  

O transfere de todas esta preocupações para o futebol de formação é emergente. Não se pode querer crescer rapidamente nos aspetos técnicos, táticos e físicos sem os monitorizar constantemente e, sobretudo, sem perceber o impacto que a “exigência” que se impõe para os treinar terá na constante ocorrência de lesões musculares, implicando a médio/longo prazo na vida adulta do atual jovem futebolista.

Referências Bibliográficas

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Professor/Treinador André Santiago

2 Comentários

  1. Rogério Teixeira
    21 Dezembro, 2018
    Responder

    Aplicar a palavra “mister” é fácil mas aplicá-la a quem têm uma visão mais profunda sobre a essência da formação a nível físico, psicológico e estrutural, é sem dúvida um reconhecimento e o Professor André é merecedor desse louvor.
    Ansiamos por mais partilhas de conhecimento.
    Bem vindo a este grupo MISTER!

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